Fé que deseja saber não é um ambiente de "respostas prontas" mas um veículo de "excitação da consciência" de estímulo a uma fé consciente, pensante, viva e atual. Os artigos nao visam apenas informar, esclarecer, ressignificar conceitos e resgatar o espírito de nossas práticas, mas sobretudo, questionar, suscitar dúvidas, provocar o diálogo e dissipar o obscurantismo intelectual que grassa em nossas comunidades de fé. Meu desejo é que todos tenhamos uma fé consciente.




Tenho apenas um padrão de conduta: Jesus




Tenho apenas uma mensagem: O evangelho































































sexta-feira, 18 de março de 2011

Depois de algum Tempo! Parte I


Depois de algum tempo descobri que é possível servir a Deus além dos limites impostos pela religião institucional.
Depois de algum tempo descobri que Jesus é maior e mais importante que o cristianismo.
Depois de algum tempo aprendi que a imitação a Cristo é mais importante que a adesão ao cristianismo.
Depois de algum tempo aprendi que Jesus não era cristão, mas judeu, Jesus é anterior ao cristianismo, Jesus não era religioso.
Depois de algum tempo aprendi que teologia é mais fruto de uma reflexão subjetiva e cultural do que revelação divina
Depois de algum tempo aprendi que o caminho, a verdade e a vida é uma pessoa (Jesus) não um sistema de doutrinas ou tradições de uma denominação qualquer.
Depois de algum tempo aprendi que Igreja é sinônimo de pessoas e não de templos.
Depois de algum tempo descobri que o oficio pastoral deve ser exercido mediante vocação e serviço, pastor não é um titulo, mas uma função.
Depois de algum tempo descobri que o pastor serve a Igreja, mas a Igreja serve é a Jesus
Depois de algum tempo descobri que o ministério de um pastor não pode ser avaliado pelo numero de pessoas que freqüentam as reuniões litúrgicas, mas pelo numero de pessoas que serve outras pessoas em função do seu ministério.
Depois de algum tempo aprendi que a espiritualidade de uma igreja não é medida pelo que ela faz das portas do templo para dentro, mas pelo que ela faz das portas do templo para fora.
Depois de algum tempo aprendi que o ministério de uma Igreja não é medido pelo numero de pessoas que freqüentam suas celebrações, mas pela dinâmica de vida dessas pessoas no dia a dia da comunidade cristã e seu serviço no mundo.
Depois de algum tempo aprendi que servir a Deus é servir as pessoas.
Depois de algum tempo eu descobri que os pastores, com raras exceções estão mais interessados na gordura, carne e lã das “ovelhas” do que nas “ovelhas” em si.
Depois de algum tempo atinei para a verdade bíblica de que a palavra ovelha é apenas uma metáfora do cristão, contudo muitos pastores agem como se fossemos animais, pois em muitas igrejas não podemos pensar por nós mesmos, mas somente através dos cabrestos da liderança eclesial.  
Depois de algum tempo aprendi que pastores não são “anjos” “sumos-sacerdotes” “ungidos de Deus” ou “semideuses”, mas homens com a função de facilitar através do ensino e do exemplo a dinâmica de relacionamento entre os irmãos.
Depois de algum tempo aprendi que ser espiritual não é o mesmo que ser pentecostal
Depois de algum tempo percebi que algumas pessoas estão mais apegadas a rótulos de Igrejas do que ao fundador da Igreja.
Depois de algum tempo finalmente vi os bastidores de uma liderança eclesial e pra ser sincero em nada diferiu do que acontece na política: a disputa pelo poder, dinheiro e prestígio.
Depois de algum tempo vi a “assembléia de Deus” se tornar “assembléia dos homens”
Depois de algum tempo aprendi que foi Satanás e não Jesus quem prometeu dá tudo que os homens pedissem contanto que prostrados o adorassem.
        Depois de algum tempo aprendi que a verdadeira adoração é mais um estilo de vida do que um momento litúrgico marcado por pregações, louvores e testemunhos.
Depois de algum tempo aprendi que Jesus viveu entre nós não como um sacerdote, mas como um carpinteiro, não como um religioso, mas como um homem comum, não no ambiente sagrado da religião, mas na vida cotidiana.
Depois de algum tempo aprendi que nem tudo que dá certo é certo
Depois de algum tempo aprendi que não importa saber quando será o arrebatamento da Igreja, (se será antes, durante ou depois da grande tribulação) mas importa que estejamos preparados.
Depois de algum tempo aprendi que os títulos que adornam o ministério de alguns pastores tais como: Ungido de Deus, anjo da Igreja, sacerdote da Igreja, são mais artifícios de uma liderança insegura que vê nesses títulos um instrumento de manipulação e controle do rebanho do que atributos do oficio pastoral.
Depois de algum tempo apreendi que devo freqüentar as celebrações, ofertar, orar, jejuar, porque fui salvo, não para ser salvo, porque se faço tais coisas para ser salvo é porque ainda não fui salvo, agora se as faço porque fui salvo isto faz toda diferença.
Depois de algum tempo apreendi que não devo pagar o preço pela minha salvação, Jesus já pagou esse preço na cruz, não sou salvo pelo que fiz, mas pelo que cristo fez.
Depois de algum tempo apreendi que a salvação é descrita na bíblia como um “dom” “presente” de Deus, não como resultado de uma conquista pessoal, a bíblia não fala de auto-salvação, mas de salvação do alto.
Depois de algum tempo aprendi que o reino de Deus não é uma realidade apenas futura, mas uma dimensão de vida e existência que começou com Jesus e irá se consumar na eternidade.






terça-feira, 15 de março de 2011

Deus não é um Estraga-Prazeres

I parte
        As pessoas têm a impressão equivocada de que servir a Deus é uma coisa ruim, afinal servi-lo implica no abandono de nossas próprias vontades, na renuncia do “eu”.   Amar os inimigos, orar por aqueles que nos perseguem, e não revidar quando ofendidos. Contudo todas as proibições, orientações ou mandamentos sob a forma de “não faça isso, ou aquilo” é para nosso próprio bem, Deus esta nos protegendo de nós mesmos, pois seriamos piores do que os animais se Deus nos abandonasse as nossas próprias vontades, a pior época da história de Israel era uma época em que a bíblia descreve como um tempo em “que cada um fazia o que achava certo aos seus próprios olhos” e o apóstolo Paulo registra em (Rm. 1.19) que a corrupção grassa sem freios quando Deus deixa o ser humano seguir sozinho na construção de sociedade.   
            Portanto devemos sujeitar a nossa vontade a vontade de Deus, ou como diz C. S. Lewis “adequar nossas vontades a vontade divina” revelada nas escrituras. Essa sujeição é a única possibilidade de termos vida de verdade, de vivermos como gente. Deus é o nosso criador e por isso apenas ele sabe para que fomos criados, fomos criados para vivermos nele, por ele e para ele. Ele é nossa fonte de existência, porque somente nele existimos, nos movemos e vivemos (At.17.28) desse modo todo caminho fora de Deus é caminho de morte, “quando se está no caminho errado, todo progresso é regresso”.
            Quando Deus diz: Não faça sexo antes do casamento, ele não está sendo sádico, cruel ou impassível aos sentimentos humanos, ele está protegendo o homem de si mesmo, de seus desejos, impulsos ou instintos naturais que uma vez deixados a revelia se degeneram.  De uma coisa não temos duvidas, independentemente do nosso credo religioso. “ou voce controla seus atos ou eles o controlarão”.  Você já imaginou como seria a sociedade se todos as pessoas logo que chegassem à puberdade tivessem uma vida sexual ativa sem levar em consideração o casamento e fizesse simplesmente por mero desejo? As relações se degenerariam em ciúmes, ódio, brigas, em ferir e ferir-se, troca de parceiros por falta de compromisso mútuo, filhos bastardos, mães abandonadas, filhos sem pai e mãe, doenças sexualmente transmissíveis, abortos e outras mazelas igualmente nocivas.  Então quando Deus diz não faça sexo antes do matrimonio ele está protegendo nossos sentimentos, nossa saúde, nossos relacionamentos e por fim nossa vida dessas coisas que se legitimadas levam uma sociedade à autodestruição. Nesse sentido porque sexo antes do casamento é pecado? Porque faz mal, se nao fizesse mal não seria pecado, Deus nao é um estraga prazeres.
            Quando Deus diz, não ingira bebidas alcoólicas, ele está nos protegendo dos efeitos danosos do álcool no nosso organismo e de seus efeitos imediatos na mente e na consciência de que os toma. Você firmaria um compromisso legal com alguém que está embriagado? Se beber não dirija! O próprio senso comum reconhece os efeitos danosos do álcool, mais as bebidas alcoólicas não fazem mal apenas ao nosso organismo, elas fazem mal ao próprio ser humano, pois provocam descontrole físico e emocional que afetam diretamente os relacionamentos. 
            Quando Deus diz não minta, não roube, não seja orgulhoso, hipócrita, ele está apontando caminhos de vida, sem os quais seria impossível construir relacionamentos saudáveis.
Em Romanos 03 o Apóstolo Paulo faz um diagnóstico espiritual de uma humanidade sem Deus, onde tudo é permitido, o retrato é trágico – confira o texto.  Vendo por esse prisma acabamos entendendo que servir a Deus não é ruim, servir a Deus implica em viver numa qualidade de vida praticamente impossível fora de Deus. Se servir a Deus é difícil, maior dificuldade de existência terá aquele que não o serve. Servir a Deus significa viver a luz do propósito para que fomos criados.

Nilton Gonçalves
                                                                       
                                                                           

o que estou lendo

Oração: O refúgio da Alma- Richard Foster - Vida
A imitação de Cristo- Thomas de Kempis
Meditatio, Osmar Ludovico Mundo Cristão

Tomas de Kempis:
Ainda quando vejas alguem pecar publicamente ou cometer falhas graves, nem por isso te deves julgar melhor, pois nao sabes quanto poderás permanecer no bem, nós todos somos fracos mas a niguem deves considerar mas fraco que a ti mesmo.
Sabedoria é também não acreditar em tudo que nos dizem, nem comunicar logo a outros o que ouvimos ou suspeitamos.
Nas sagradas escrituras devemos buscar a verdade  nao a eloquencia.

MUITOS OBEDECEM MAIS POR NECESSIDADE QUE POR AMOR, por isso sofrem e facilmente murmuram! Thomas Kempís era profeta, estamos vivendo essa realidade nas igrejas.

Cada dia devemos renovar nosso propósito como se fosse o primeiro dia de nossa conversão.

De manhã toma resoluçoes e a noite examina tuas açoes.

Muitos melhoram com a enfermidade!

segunda-feira, 14 de março de 2011

Existe Salvação fora dos limites da igreja?

           
            Sim e não! Esta resposta é paradoxal. Cipriano teólogo da Igreja do século 04 afirmou que fora da Igreja católica apostólica Romana não havia salvação, Agostinho outro teólogo e considerado o maior depois de Paulo, contestou a afirmação de Cipriano dizendo que Deus tem filhos que a Igreja não tem (nem todo mundo que esta na Igreja é filho de Deus e tem filho de Deus que não está na Igreja) no entanto essa resposta de Agostinho não foi devidamente acolhida por uma Igreja que se considerava mediadora do relacionamento dos homens com Deus. Por isso essa declaração de Cipriano reverberou até a reforma protestante como uma verdade cristã incontestável. Quando finalmente Lutero contrapôs a esse suposto dogma da fé cristã, dizendo que era possível haver salvação fora dos limites da igreja, mas não fora Cristo. 
            Ricardo Quadros Gouveia em seu excelente Livro a Piedade Pervertida nos diz que a salvação está diretamente ligada à pertença do individuo a Igreja de Cristo, a igreja invisível, corpo místico, aquela que somente Deus sabe quem faz parte.  Por isso a mera adesão a uma denominação religiosa não significa aderência automática a Igreja de Cristo, essa Igreja institucional com rol de membros, CNPJ, endereço fixo de adoração, estrutura hierárquica, é um suporte externo de agregação e convivência comunitária, e não o elemento fundante de integração do individuo a verdadeira Igreja de Cristo.
            Uma vez salvo o individuo é automaticamente inserido pelo Espirito no Corpo de Cristo, entretanto a adesão a igreja não significa sua inserção automática no corpo de Cristo. A salvação está ligada a Cristo e não a Igreja, porque nem sempre a igreja visível revela em sua vivencia a imagem de Cristo.  Deste modo assim como não podemos avaliar a salvação pela mera participação na igreja visível assim também não podemos dizer que aqueles que não freqüentam a igreja institucional não sejam salvos. Portanto o que determina a salvação é um estilo de vida condizente com o evangelho de Jesus, pois a imitação a Cristo é mais importante que adesão ao cristianismo, por isso concordo plenamente com Jung Mo Sung  quando diz, há pessoas que seguem a Cristo e não estão na Igreja, outras que estão nas igrejas e não seguem a Cristo, e as que seguem a Cristo nas Igrejas.
            A mera participação na Igreja não pode ser considerada a parte visível da participação na Igreja invisível, mas a participação na igreja invisível se manifesta de forma visível na ou fora da Igreja. Portanto fora da Igreja espiritual, mística, invisível e universal não há salvação, mas fora da Igreja institucional, visível e local há salvação.  
                                                                                              
                                             Nilton Gonçalves – A Bíblia fala Hoje



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