Fé que deseja saber não é um ambiente de "respostas prontas" mas um veículo de "excitação da consciência" de estímulo a uma fé consciente, pensante, viva e atual. Os artigos nao visam apenas informar, esclarecer, ressignificar conceitos e resgatar o espírito de nossas práticas, mas sobretudo, questionar, suscitar dúvidas, provocar o diálogo e dissipar o obscurantismo intelectual que grassa em nossas comunidades de fé. Meu desejo é que todos tenhamos uma fé consciente.




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segunda-feira, 23 de maio de 2011

REPENSANDO A IGREJA - Não é possível mudar o sistema de uma denominação

                      Não é possível mudar o sistema de uma denominação. Geralmente o sistema de uma igreja é maior que a própria dinâmica da igreja, por estar ligado à identidade da própria denominação. Se uma igreja abre mão de sua visão ministerial, sua forma de administração e seus conceitos teológicos ela deixa de ser, ela perde sua identidade que a distingue de outras confissões de fé.
                        Se um padre após anos de estudos descobre que certos costumes, tradições e dogmas do catolicismo não encontram respaldo escriturístico ele tem duas opções diante de si, ou ele contesta sob pena de excomunhão, ou ele aquiesce à visão da Igreja em nome de sua carreira ministerial. Não existe possibilidade de um padre mudar o sistema de doutrinas do catolicismo e mesmo que isso acontecesse a Igreja católica deixaria de ser igreja católica, perderia sua identidade peculiar. Nesse sentido as tradições, costumes, dogmas, crenças e modelos administrativos de uma igreja são maior que as pessoas que participam dela.
            O mesmo princípio se aplica as Assembléias de Deus. Sou cônscio de que a visão teológica, o sistema administrativo, tradições e costumes da AD, são elementos que lhe dão identidade denominacional. Os membros da AD aspirantes ao ministério têm diante de si duas opções, ou se adéquam ao sistema vigente para reproduzi-lo no futuro ou serão expurgados caso proponham uma visão diferente.
            Esses elementos dão forma à denominação, eles a tornam diferente das demais, caso houvesse uma mudança nesse sistema ela deixaria de ser Assembléia de Deus e, por conseguinte perderia sua peculiaridade, pois a identidade de uma denominação estar ligada a sua historia, estrutura física, administrativa, tradições, costumes e doutrinas.
            Jesus lidou com essa realidade há mais de 2.000 anos atrás quando inicia sua igreja fora dos paradigmas da religião judaica. Ele poderia ter reformado o judaísmo, mas ele sabia que esse caminho resultaria em um cristianismo judaico, impregnado de conceitos e costumes da religião de Israel. O cristianismo segundo Jesus seria vinho novo em odres novos. Apesar dessa ruptura com o judaísmo o cristianismo não conseguiu se desvencilhar totalmente de algumas práticas judaicas no início da Igreja. Se não fosse a coragem e ousadia de Paulo em reforçar através de suas cartas a superioridade do cristianismo em relação ao judaísmo nós teríamos um cristianismo-judaico sincrético.  O cristianismo saiu das entranhas do judaísmo, razão pelo qual o judaísmo estava tão entranhado no cristianismo incipiente. Jesus era consciente dessa realidade, por mesmo optou pelo surgimento de um modelo de espiritualidade radicalmente oposto ao judaísmo dos seus dias.
            Isto posto podemos depreender que em uma Igreja sistêmica, a forma molda a essência e não a essência molda a forma. A Igreja que a essência prescinde ou supera a forma é flexível, atual e relevante em qualquer contexto. Por outro lado uma igreja em que a forma supera a essência será sempre inflexível, obsoleta e retrógrada.  
                                                                      
           

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