Fé que deseja saber não é um ambiente de "respostas prontas" mas um veículo de "excitação da consciência" de estímulo a uma fé consciente, pensante, viva e atual. Os artigos nao visam apenas informar, esclarecer, ressignificar conceitos e resgatar o espírito de nossas práticas, mas sobretudo, questionar, suscitar dúvidas, provocar o diálogo e dissipar o obscurantismo intelectual que grassa em nossas comunidades de fé. Meu desejo é que todos tenhamos uma fé consciente.




Tenho apenas um padrão de conduta: Jesus




Tenho apenas uma mensagem: O evangelho































































sábado, 27 de agosto de 2011

NÃO EXISTE PECADO INOFENSIVO


Não existe pecado inofensivo, todo pecado faz mal. O pecado desumaniza, bestializa, animaliza, diminui o ser humano, o torna menos parecido com Jesus. Não existe pecado inofensivo, tanto quem pratica adultério imaginário quanto quem pratica adultério físico está adulterando. Diante de Deus não existe “pecadinho ou pecadão” pecado é pecado. O pecado só ganha distinções ou dimensões diferentes na nossa relação com os outros e com nós mesmos.
 O pecado se torna mais danoso ao ser humano quando este diminui sua gravidade, quando o ser humano o torna tolerável, aceitável, quando ele tira um pouco do seu veneno para que ele o absorva sem lhe fazer mal. Uma das piores coisas que o ser humano pode fazer em relação ao pecado é banalizá-lo, “domesticá-lo” familiarizar-se com ele. A expressão “consciência cauterizada” diz respeito a nossa maneira leviana de tratar o pecado como algo normal. Uma pessoa com a consciência cauterizada julga seus erros a partir de si mesma, como se ela fosse seu próprio juiz. Alguém com a consciência cauterizada “brinca” com pecado porque ignora sua letalidade, sua maldade intrínseca, seu poder destruidor. Uma pessoa que está neste estado de consciência tenta provar para si mesma que o pecado não é um “bicho de sete cabeças”.   A sugestão de satanás a Adão e Eva foi de que eles determinassem por si mesmos o que era bom e o que mal, o que era certo e o que era errado. Eles deveriam julgar suas ações desconsiderando os padrões de Deus, o senhor deixou de ser a referência de como a vida devia funcionar. A estratégia de Satanás ainda continua dando certo, toda vez que ignoramos a vontade de Deus e seguimos nossos padrões de verdade estamos caminhando para o estado de consciência cauterizada.
Outro grande problema é quando transformamos um ato pecaminoso em uma conduta pecaminosa. Quando ao invés de deixar o pecado o adotamos como padrão de vida, como suporte da nossa pseudo-felicidade. Uma coisa é você “cair” outra coisa é você continuar caído, uma coisa é você pecar, outra coisa é você continuar pecando. Todos nós estamos sujeitos a deslizes morais, a fracassos espirituais, a falharmos em algum momento, no entanto a consciência cativa a obediência de Cristo abandona o pecado logo após ser consumado porque não consegue conviver com ele, entende que ele não faz parte de seu estilo de vida.  Martinho Lutero estava certíssimo quando disse que para o homem que está em comunhão com Deus até o pecado o aproxima de Deus. Quando este homem peca o que ele faz? Vai aos pés da cruz, arrependido, se aproxima de Cristo. Ao passo que para o homem que não tem comunhão com Deus até mesmo suas virtudes o distancia de Deus, porque suas virtudes o tornam arrogante, auto-suficiente, orgulhoso.
Quem está em comunhão com Deus não consegue conviver com o pecado, o pecado se torna um elemento estranho, uma pedra no sapato, um incomodo, nesse sentido não existe pecado inofensivo, pecado normal, pecado justificável, pecado aceitável, todo pecado deve ser evitado ou então lançando aos pés da cruz de Cristo.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O PECADO RESPINGA


Os nossos pecados carregam em si efeitos colaterais, um pecador perdoado não significa um pecador livre dos efeitos de seus pecados. Quando pecamos e nos arrependemos somos perdoados, mas os efeitos do pecado ou suas conseqüências não podem ser evitados.
Dessa forma não é sábio encarar todos os acontecimentos fortuitos, tragédias ou problemas pessoais como resultados de uma punição divina, um castigo pelos nossos pecados. Deus não tem nada haver com isso. Na verdade estamos provando do nosso próprio veneno, colhendo o que plantamos. O salmista diz que se Deus fosse nos julgar segundo os nossos pecados não restaria ninguém para contar a história.  A mão de Deus não está por detrás da cirrose, da dor de cabeça, do acidente de moto, da AIDS, do filho indesejado, tudo que nos acontece de ruim é mais resultado das nossas ações e das contingências da vida que da ação de Deus. É lógico que Deus pode provocar esses males como instrumentos pedagógicos, mas ele não precisa fazer isso, nós mesmos nos encarregamos dessa função. A rua esburacada, o alto índice de desemprego, a violência nas ruas, a fome que grassa, os hospitais sem estruturas dignas de tratamento e todas as mazelas pessoais e sociais são efeitos do nosso afastamento de Deus, são resultados de uma geração que organiza a vida desconsiderando a vontade de Deus revelada plenamente na pessoa de Jesus.   
Os males que sofremos nos acometem porque queremos viver a vida do nosso jeito, porque vivemos como se Deus não existisse, mas a partir do momento em que a humanidade passar a moldar a vida segundo a vontade de Deus esses “males” se existirem não serão problemas, mas providencias de Deus para moldar o nosso caráter.

QUAL O PAPEL DA IGREJA NO PROCESSO DE SALVAÇÃO?

·         igreja com i minúsculo.  Local, visível, fenômeno histórico-social, membros de uma instituição religiosa.
·         Igreja com I maiúsculo.  Universal, corpo místico de Cristo, invisível, atemporal, discípulos de Jesus.
Uma lição inesperada
Um dia desses aconteceu comigo uma situação inesperada, atípica, divinamente preparada. Estava sentado na moto à espera de minha esposa quando de repente sentou-se próximo de mim um bêbado muito conhecido na cidade.  Ao perceber seu estado maltrapilho me lembrei de Jesus que desenvolveu seu ministério entre os marginalizados: Pobres, prostitutas, agiotas, possuídos por espíritos malignos, leprosos, doentes, mendigos, famintos e oprimidos. 
Sem desprezar aquele momento “puxei” um diálogo com o maltrapilho.  Depois de um bate papo descontraído disse-lhe que somente uma pessoa poderia resolver seu problema, ao terminar a frase percebi que ele ficou interessado em saber quem era essa pessoa, para sua surpresa disse-lhe que somente JESUS podia mudar sua vida. No mesmo instante ele replicou-me dizendo que iria procurar uma igreja.  Eu havia dito que ele deveria entregar sua vida a Jesus e ele entendeu que eu o estava convidando para que ele fosse à igreja. Para ser sincero poucos pessoas gastam tempo com maltrapilhos, os vemos sempre com indiferença, medo e preconceito, nunca imaginaria que um dia em uma conversa descontraída com um bêbado fétido e mal-vestido  aprenderia uma verdade teológica a respeito da igreja. Esse maltrapilho me fez enxergar a compreensão da maioria das pessoas a respeito da salvação, as pessoas sempre vinculam a salvação a igreja, elas acham que não são salvas porque não estão na igreja, pensam que a freqüência em uma igreja local é o caminho da salvação.
Na verdade essas pessoas só pensam assim porque aprenderam esse conceito de salvação com a igreja, não conheceram as escrituras nem muito menos Jesus. Jesus é “o” caminho, a verdade e vida. [1][1]Estar no caminho certo, conhecer a verdade verdadeira, e desfrutar a vida eterna é relacionar-se intensamente com Jesus. Jesus é a videira, não a igreja (Jo. 15.1), É dele que recebemos a “seiva” que nos mantém vivos e frutíferos.  Uma pessoa é salva porque estar ligada a Cristo, não porque arrolou sem nome no rol de membros de uma igreja local. Jesus é o único mediador entre Deus e os homens (I Tm. 2.5), não a igreja, a igreja não é a mediadora do relacionamento dos homens com Deus, a igreja não media salvação, ela apenas facilita, regula, tutela quem aceitou a Jesus. O caminho até Jesus é ele mesmo, não a igreja, há pessoas que aceitam a igreja, mas não conhecem Jesus, há outros que conhecem Jesus sem aceitar o rótulo da igreja.  
         Eu não preciso ir a igreja para aceitar a Jesus, eu não preciso arrolar meu nome em uma igreja local para garantir minha salvação, a salvação eu a encontro quando “recebo” Jesus. Quando submeto minha vontade à sua, quando assumo seu discipulado, quando me comprometo com sua missão no mundo.
Historicamente os líderes religiosos usaram o texto de (Mt.10.32) para intimar os não convertidos a que confessassem seus pecados publicamente à igreja para que eles tivesse acesso a salvação, desse modo somente aqueles que confessassem seus pecados à igreja teriam o privilégio de serem recebidos por Jesus na eternidade.  Contudo essa passagem não trata de um apelo evangelístico, não se refere a uma retratação pública ou confissão oral.  Esse confessar é uma confissão existencial. Jesus estar dizendo que aqueles que assumirem seu discipulado, carregarem sua marca, sua cruz, seu evangelho, sua imagem, serão recebidos por ele. O texto fala de uma confissão existencial, o confessar com a própria vida, a vida “em Cristo” é a confissão explicitada no texto.
Outrossim, [2][2]Jesus diz aquele que me confessar diante dos homens, não diz aquele que me confessar diante da igreja. O confessor do texto não é a igreja, mas a humanidade, o mundo precisa ver em nós as marcas do discipulado de Jesus, do contrário não estamos nele.
Portanto não há textos escriturísticos que consubstancie essa teoria descabida da necessidade da confissão pública a igreja como condição de salvação, ou como ponto de partida da caminhada cristã; a salvação e, por conseguinte a caminhada cristã tem Cristo com alicerce, ele é o único autor e consumador da nossa fé, em outras palavras ele é a origem e o destino, o começo e fim, o ponto inicial e o propósito da caminhada cristã.
Na verdade quando alguém aceita Jesus quase sempre procura à igreja. Apesar dos “defeitos” a igreja ainda é o melhor ambiente para o desenvolvimento de uma espiritualidade sadia, quando falo de igreja não me refiro apenas aquela com CNPJ, mas ao “ajuntamento” de salvos que compartilham o evangelho em comunidade. A vida cristã não se sustenta na autonomia ou na independência, não é possível viver o discipulado de Jesus isoladamente. Sempre ensino aos meus irmãos da comunidade que existem três “meios” de graça disponíveis ao cristão para o desenvolvimento de uma vida cristã equilibrada.  Esses meios são suportes externos de devoção, elos que mantém nosso coração “aceso”, células que desenvolvem o tecido espiritual da nossa alma, são eles: A oração, a leitura Bíblica e a comunhão. Sem esses meios da graça providos por Deus nossos anelos por ele se esfriam.  

Em CRISTO, Nilton Saves








[1] Ariovaldo Ramos, NOSSA IGREJA BRASILEIRA
[2] Não acredito que Jesus seria ambíguo ou hermético em um texto que falasse de algo tão importante.