Fé que deseja saber não é um ambiente de "respostas prontas" mas um veículo de "excitação da consciência" de estímulo a uma fé consciente, pensante, viva e atual. Os artigos nao visam apenas informar, esclarecer, ressignificar conceitos e resgatar o espírito de nossas práticas, mas sobretudo, questionar, suscitar dúvidas, provocar o diálogo e dissipar o obscurantismo intelectual que grassa em nossas comunidades de fé. Meu desejo é que todos tenhamos uma fé consciente.




Tenho apenas um padrão de conduta: Jesus




Tenho apenas uma mensagem: O evangelho































































sexta-feira, 26 de agosto de 2011

QUAL O PAPEL DA IGREJA NO PROCESSO DE SALVAÇÃO?

·         igreja com i minúsculo.  Local, visível, fenômeno histórico-social, membros de uma instituição religiosa.
·         Igreja com I maiúsculo.  Universal, corpo místico de Cristo, invisível, atemporal, discípulos de Jesus.
Uma lição inesperada
Um dia desses aconteceu comigo uma situação inesperada, atípica, divinamente preparada. Estava sentado na moto à espera de minha esposa quando de repente sentou-se próximo de mim um bêbado muito conhecido na cidade.  Ao perceber seu estado maltrapilho me lembrei de Jesus que desenvolveu seu ministério entre os marginalizados: Pobres, prostitutas, agiotas, possuídos por espíritos malignos, leprosos, doentes, mendigos, famintos e oprimidos. 
Sem desprezar aquele momento “puxei” um diálogo com o maltrapilho.  Depois de um bate papo descontraído disse-lhe que somente uma pessoa poderia resolver seu problema, ao terminar a frase percebi que ele ficou interessado em saber quem era essa pessoa, para sua surpresa disse-lhe que somente JESUS podia mudar sua vida. No mesmo instante ele replicou-me dizendo que iria procurar uma igreja.  Eu havia dito que ele deveria entregar sua vida a Jesus e ele entendeu que eu o estava convidando para que ele fosse à igreja. Para ser sincero poucos pessoas gastam tempo com maltrapilhos, os vemos sempre com indiferença, medo e preconceito, nunca imaginaria que um dia em uma conversa descontraída com um bêbado fétido e mal-vestido  aprenderia uma verdade teológica a respeito da igreja. Esse maltrapilho me fez enxergar a compreensão da maioria das pessoas a respeito da salvação, as pessoas sempre vinculam a salvação a igreja, elas acham que não são salvas porque não estão na igreja, pensam que a freqüência em uma igreja local é o caminho da salvação.
Na verdade essas pessoas só pensam assim porque aprenderam esse conceito de salvação com a igreja, não conheceram as escrituras nem muito menos Jesus. Jesus é “o” caminho, a verdade e vida. [1][1]Estar no caminho certo, conhecer a verdade verdadeira, e desfrutar a vida eterna é relacionar-se intensamente com Jesus. Jesus é a videira, não a igreja (Jo. 15.1), É dele que recebemos a “seiva” que nos mantém vivos e frutíferos.  Uma pessoa é salva porque estar ligada a Cristo, não porque arrolou sem nome no rol de membros de uma igreja local. Jesus é o único mediador entre Deus e os homens (I Tm. 2.5), não a igreja, a igreja não é a mediadora do relacionamento dos homens com Deus, a igreja não media salvação, ela apenas facilita, regula, tutela quem aceitou a Jesus. O caminho até Jesus é ele mesmo, não a igreja, há pessoas que aceitam a igreja, mas não conhecem Jesus, há outros que conhecem Jesus sem aceitar o rótulo da igreja.  
         Eu não preciso ir a igreja para aceitar a Jesus, eu não preciso arrolar meu nome em uma igreja local para garantir minha salvação, a salvação eu a encontro quando “recebo” Jesus. Quando submeto minha vontade à sua, quando assumo seu discipulado, quando me comprometo com sua missão no mundo.
Historicamente os líderes religiosos usaram o texto de (Mt.10.32) para intimar os não convertidos a que confessassem seus pecados publicamente à igreja para que eles tivesse acesso a salvação, desse modo somente aqueles que confessassem seus pecados à igreja teriam o privilégio de serem recebidos por Jesus na eternidade.  Contudo essa passagem não trata de um apelo evangelístico, não se refere a uma retratação pública ou confissão oral.  Esse confessar é uma confissão existencial. Jesus estar dizendo que aqueles que assumirem seu discipulado, carregarem sua marca, sua cruz, seu evangelho, sua imagem, serão recebidos por ele. O texto fala de uma confissão existencial, o confessar com a própria vida, a vida “em Cristo” é a confissão explicitada no texto.
Outrossim, [2][2]Jesus diz aquele que me confessar diante dos homens, não diz aquele que me confessar diante da igreja. O confessor do texto não é a igreja, mas a humanidade, o mundo precisa ver em nós as marcas do discipulado de Jesus, do contrário não estamos nele.
Portanto não há textos escriturísticos que consubstancie essa teoria descabida da necessidade da confissão pública a igreja como condição de salvação, ou como ponto de partida da caminhada cristã; a salvação e, por conseguinte a caminhada cristã tem Cristo com alicerce, ele é o único autor e consumador da nossa fé, em outras palavras ele é a origem e o destino, o começo e fim, o ponto inicial e o propósito da caminhada cristã.
Na verdade quando alguém aceita Jesus quase sempre procura à igreja. Apesar dos “defeitos” a igreja ainda é o melhor ambiente para o desenvolvimento de uma espiritualidade sadia, quando falo de igreja não me refiro apenas aquela com CNPJ, mas ao “ajuntamento” de salvos que compartilham o evangelho em comunidade. A vida cristã não se sustenta na autonomia ou na independência, não é possível viver o discipulado de Jesus isoladamente. Sempre ensino aos meus irmãos da comunidade que existem três “meios” de graça disponíveis ao cristão para o desenvolvimento de uma vida cristã equilibrada.  Esses meios são suportes externos de devoção, elos que mantém nosso coração “aceso”, células que desenvolvem o tecido espiritual da nossa alma, são eles: A oração, a leitura Bíblica e a comunhão. Sem esses meios da graça providos por Deus nossos anelos por ele se esfriam.  

Em CRISTO, Nilton Saves








[1] Ariovaldo Ramos, NOSSA IGREJA BRASILEIRA
[2] Não acredito que Jesus seria ambíguo ou hermético em um texto que falasse de algo tão importante.

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