Fé que deseja saber não é um ambiente de "respostas prontas" mas um veículo de "excitação da consciência" de estímulo a uma fé consciente, pensante, viva e atual. Os artigos nao visam apenas informar, esclarecer, ressignificar conceitos e resgatar o espírito de nossas práticas, mas sobretudo, questionar, suscitar dúvidas, provocar o diálogo e dissipar o obscurantismo intelectual que grassa em nossas comunidades de fé. Meu desejo é que todos tenhamos uma fé consciente.




Tenho apenas um padrão de conduta: Jesus




Tenho apenas uma mensagem: O evangelho































































quarta-feira, 21 de setembro de 2011

PORQUE JESUS DEIXOU APENAS UMA EXCEÇÃO? (MT.5.32)




Alguns intérpretes afirmam que essa “cláusula de exceção” existe somente em Mateus, eles dizem que comunidade judaica fez esse acréscimo ou comentário ainda no primeiro século. Mas o fato de ela não existir nos outros evangelhos não significa que está sob júdice, afinal cada evangelho tem suas peculiaridades.
Outros dizem que Jesus diz: Aquele que repudiar e não aquele que se divorciar. Repúdio e divórcio eram coisas diferentes na cultura judaica.  No entanto sem levar em consideração essas controvérsias segue abaixo uma reflexão a respeito de como entendo esse texto.
·         Jesus não estava formulado regras proibitivas acerca do divórcio, ele estava combatendo a teologia liberal de Hillel que banalizava o casamento a ponto de ensinar que o marido podia se divorciar por “qualquer motivo, motivos banais e mesquinhos”.
·         A exceção de Jesus não é um mandamento, nem tampouco a regra de ouro do divórcio, mas um caminho para a compreensão de que não devemos abrir mão do nosso casamento por qualquer motivo.
·         Jesus utilizou o “adultério” como ilustração de um problema que “beira o limite da insuportabilidade” capaz minar a confiança e o amor de qualquer relação, ele poderia ter elencado vários problemas, mas se ele prolongasse a lista nós a seguiríamos literalmente legalizando o casamento que deve se mantido por amor e não por leis proibitivas. Acredito que um dos piores problemas que um casal pode enfrentar é o adultério, poucos casamentos resistem ao perdão, perdão que muitas vezes gera cobrança, desconfiança e culpa. A mensagem de Jesus é clara: Casamento é coisa séria, não o trate levianamente, não abra mão de um compromisso matrimonial por qualquer motivo.
·         Jesus esboçou essa exceção dentro de um contexto circunstancial: Machista, preconceituoso, patriarcal, “tensão” entre as interpretações de Hillel e Shamai. Paulo adiante insere mais uma clausula de exceção: O abandono. Essas cláusulas não devem ser seguidas rigidamente, são caminhos que nos levam a compreensão de que divórcio sempre será uma EXCEÇÃO.  
·         Aquele que contrai diversos casamentos está prejudicando a si mesmo, acumulando feridas, frustrações, insegurança relacional e descrédito moral. Somente quem não conhece Jesus e os efeitos do pecado trata o casamento levianamente.
·         A palavra adultério no grego é pornéia que equivale a “praticas sexuais ilícitas”.  Alguns sugerem que pornéia significa uma “conduta pecaminosa” e não um “ato pecaminoso”. Uma conduta pecaminosa está relacionada ao caráter de uma pessoa, um ato pecaminoso tem a ver com um deslize, uma falha, um ato isolado porque não faz parte do estilo de vida de quem pratica.  O espírito da exceção é claro: Casamento é uma aliança de vida e não um contrato civil, quem ama não abre mão de um casamento por qualquer motivo.


SÍNTESE DE JESUS A RESPEITO DO DIVÓRCIO

O ideal é que não haja divórcio.     

Ele existe por causa da dureza do coração humano

Ele não pode ocorrer por qualquer motivo

sábado, 27 de agosto de 2011

NÃO EXISTE PECADO INOFENSIVO


Não existe pecado inofensivo, todo pecado faz mal. O pecado desumaniza, bestializa, animaliza, diminui o ser humano, o torna menos parecido com Jesus. Não existe pecado inofensivo, tanto quem pratica adultério imaginário quanto quem pratica adultério físico está adulterando. Diante de Deus não existe “pecadinho ou pecadão” pecado é pecado. O pecado só ganha distinções ou dimensões diferentes na nossa relação com os outros e com nós mesmos.
 O pecado se torna mais danoso ao ser humano quando este diminui sua gravidade, quando o ser humano o torna tolerável, aceitável, quando ele tira um pouco do seu veneno para que ele o absorva sem lhe fazer mal. Uma das piores coisas que o ser humano pode fazer em relação ao pecado é banalizá-lo, “domesticá-lo” familiarizar-se com ele. A expressão “consciência cauterizada” diz respeito a nossa maneira leviana de tratar o pecado como algo normal. Uma pessoa com a consciência cauterizada julga seus erros a partir de si mesma, como se ela fosse seu próprio juiz. Alguém com a consciência cauterizada “brinca” com pecado porque ignora sua letalidade, sua maldade intrínseca, seu poder destruidor. Uma pessoa que está neste estado de consciência tenta provar para si mesma que o pecado não é um “bicho de sete cabeças”.   A sugestão de satanás a Adão e Eva foi de que eles determinassem por si mesmos o que era bom e o que mal, o que era certo e o que era errado. Eles deveriam julgar suas ações desconsiderando os padrões de Deus, o senhor deixou de ser a referência de como a vida devia funcionar. A estratégia de Satanás ainda continua dando certo, toda vez que ignoramos a vontade de Deus e seguimos nossos padrões de verdade estamos caminhando para o estado de consciência cauterizada.
Outro grande problema é quando transformamos um ato pecaminoso em uma conduta pecaminosa. Quando ao invés de deixar o pecado o adotamos como padrão de vida, como suporte da nossa pseudo-felicidade. Uma coisa é você “cair” outra coisa é você continuar caído, uma coisa é você pecar, outra coisa é você continuar pecando. Todos nós estamos sujeitos a deslizes morais, a fracassos espirituais, a falharmos em algum momento, no entanto a consciência cativa a obediência de Cristo abandona o pecado logo após ser consumado porque não consegue conviver com ele, entende que ele não faz parte de seu estilo de vida.  Martinho Lutero estava certíssimo quando disse que para o homem que está em comunhão com Deus até o pecado o aproxima de Deus. Quando este homem peca o que ele faz? Vai aos pés da cruz, arrependido, se aproxima de Cristo. Ao passo que para o homem que não tem comunhão com Deus até mesmo suas virtudes o distancia de Deus, porque suas virtudes o tornam arrogante, auto-suficiente, orgulhoso.
Quem está em comunhão com Deus não consegue conviver com o pecado, o pecado se torna um elemento estranho, uma pedra no sapato, um incomodo, nesse sentido não existe pecado inofensivo, pecado normal, pecado justificável, pecado aceitável, todo pecado deve ser evitado ou então lançando aos pés da cruz de Cristo.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O PECADO RESPINGA


Os nossos pecados carregam em si efeitos colaterais, um pecador perdoado não significa um pecador livre dos efeitos de seus pecados. Quando pecamos e nos arrependemos somos perdoados, mas os efeitos do pecado ou suas conseqüências não podem ser evitados.
Dessa forma não é sábio encarar todos os acontecimentos fortuitos, tragédias ou problemas pessoais como resultados de uma punição divina, um castigo pelos nossos pecados. Deus não tem nada haver com isso. Na verdade estamos provando do nosso próprio veneno, colhendo o que plantamos. O salmista diz que se Deus fosse nos julgar segundo os nossos pecados não restaria ninguém para contar a história.  A mão de Deus não está por detrás da cirrose, da dor de cabeça, do acidente de moto, da AIDS, do filho indesejado, tudo que nos acontece de ruim é mais resultado das nossas ações e das contingências da vida que da ação de Deus. É lógico que Deus pode provocar esses males como instrumentos pedagógicos, mas ele não precisa fazer isso, nós mesmos nos encarregamos dessa função. A rua esburacada, o alto índice de desemprego, a violência nas ruas, a fome que grassa, os hospitais sem estruturas dignas de tratamento e todas as mazelas pessoais e sociais são efeitos do nosso afastamento de Deus, são resultados de uma geração que organiza a vida desconsiderando a vontade de Deus revelada plenamente na pessoa de Jesus.   
Os males que sofremos nos acometem porque queremos viver a vida do nosso jeito, porque vivemos como se Deus não existisse, mas a partir do momento em que a humanidade passar a moldar a vida segundo a vontade de Deus esses “males” se existirem não serão problemas, mas providencias de Deus para moldar o nosso caráter.

QUAL O PAPEL DA IGREJA NO PROCESSO DE SALVAÇÃO?

·         igreja com i minúsculo.  Local, visível, fenômeno histórico-social, membros de uma instituição religiosa.
·         Igreja com I maiúsculo.  Universal, corpo místico de Cristo, invisível, atemporal, discípulos de Jesus.
Uma lição inesperada
Um dia desses aconteceu comigo uma situação inesperada, atípica, divinamente preparada. Estava sentado na moto à espera de minha esposa quando de repente sentou-se próximo de mim um bêbado muito conhecido na cidade.  Ao perceber seu estado maltrapilho me lembrei de Jesus que desenvolveu seu ministério entre os marginalizados: Pobres, prostitutas, agiotas, possuídos por espíritos malignos, leprosos, doentes, mendigos, famintos e oprimidos. 
Sem desprezar aquele momento “puxei” um diálogo com o maltrapilho.  Depois de um bate papo descontraído disse-lhe que somente uma pessoa poderia resolver seu problema, ao terminar a frase percebi que ele ficou interessado em saber quem era essa pessoa, para sua surpresa disse-lhe que somente JESUS podia mudar sua vida. No mesmo instante ele replicou-me dizendo que iria procurar uma igreja.  Eu havia dito que ele deveria entregar sua vida a Jesus e ele entendeu que eu o estava convidando para que ele fosse à igreja. Para ser sincero poucos pessoas gastam tempo com maltrapilhos, os vemos sempre com indiferença, medo e preconceito, nunca imaginaria que um dia em uma conversa descontraída com um bêbado fétido e mal-vestido  aprenderia uma verdade teológica a respeito da igreja. Esse maltrapilho me fez enxergar a compreensão da maioria das pessoas a respeito da salvação, as pessoas sempre vinculam a salvação a igreja, elas acham que não são salvas porque não estão na igreja, pensam que a freqüência em uma igreja local é o caminho da salvação.
Na verdade essas pessoas só pensam assim porque aprenderam esse conceito de salvação com a igreja, não conheceram as escrituras nem muito menos Jesus. Jesus é “o” caminho, a verdade e vida. [1][1]Estar no caminho certo, conhecer a verdade verdadeira, e desfrutar a vida eterna é relacionar-se intensamente com Jesus. Jesus é a videira, não a igreja (Jo. 15.1), É dele que recebemos a “seiva” que nos mantém vivos e frutíferos.  Uma pessoa é salva porque estar ligada a Cristo, não porque arrolou sem nome no rol de membros de uma igreja local. Jesus é o único mediador entre Deus e os homens (I Tm. 2.5), não a igreja, a igreja não é a mediadora do relacionamento dos homens com Deus, a igreja não media salvação, ela apenas facilita, regula, tutela quem aceitou a Jesus. O caminho até Jesus é ele mesmo, não a igreja, há pessoas que aceitam a igreja, mas não conhecem Jesus, há outros que conhecem Jesus sem aceitar o rótulo da igreja.  
         Eu não preciso ir a igreja para aceitar a Jesus, eu não preciso arrolar meu nome em uma igreja local para garantir minha salvação, a salvação eu a encontro quando “recebo” Jesus. Quando submeto minha vontade à sua, quando assumo seu discipulado, quando me comprometo com sua missão no mundo.
Historicamente os líderes religiosos usaram o texto de (Mt.10.32) para intimar os não convertidos a que confessassem seus pecados publicamente à igreja para que eles tivesse acesso a salvação, desse modo somente aqueles que confessassem seus pecados à igreja teriam o privilégio de serem recebidos por Jesus na eternidade.  Contudo essa passagem não trata de um apelo evangelístico, não se refere a uma retratação pública ou confissão oral.  Esse confessar é uma confissão existencial. Jesus estar dizendo que aqueles que assumirem seu discipulado, carregarem sua marca, sua cruz, seu evangelho, sua imagem, serão recebidos por ele. O texto fala de uma confissão existencial, o confessar com a própria vida, a vida “em Cristo” é a confissão explicitada no texto.
Outrossim, [2][2]Jesus diz aquele que me confessar diante dos homens, não diz aquele que me confessar diante da igreja. O confessor do texto não é a igreja, mas a humanidade, o mundo precisa ver em nós as marcas do discipulado de Jesus, do contrário não estamos nele.
Portanto não há textos escriturísticos que consubstancie essa teoria descabida da necessidade da confissão pública a igreja como condição de salvação, ou como ponto de partida da caminhada cristã; a salvação e, por conseguinte a caminhada cristã tem Cristo com alicerce, ele é o único autor e consumador da nossa fé, em outras palavras ele é a origem e o destino, o começo e fim, o ponto inicial e o propósito da caminhada cristã.
Na verdade quando alguém aceita Jesus quase sempre procura à igreja. Apesar dos “defeitos” a igreja ainda é o melhor ambiente para o desenvolvimento de uma espiritualidade sadia, quando falo de igreja não me refiro apenas aquela com CNPJ, mas ao “ajuntamento” de salvos que compartilham o evangelho em comunidade. A vida cristã não se sustenta na autonomia ou na independência, não é possível viver o discipulado de Jesus isoladamente. Sempre ensino aos meus irmãos da comunidade que existem três “meios” de graça disponíveis ao cristão para o desenvolvimento de uma vida cristã equilibrada.  Esses meios são suportes externos de devoção, elos que mantém nosso coração “aceso”, células que desenvolvem o tecido espiritual da nossa alma, são eles: A oração, a leitura Bíblica e a comunhão. Sem esses meios da graça providos por Deus nossos anelos por ele se esfriam.  

Em CRISTO, Nilton Saves








[1] Ariovaldo Ramos, NOSSA IGREJA BRASILEIRA
[2] Não acredito que Jesus seria ambíguo ou hermético em um texto que falasse de algo tão importante.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

O LADO AVESSO DA ASSEMBLÉIA DE DEUS
A (H)istória da AD que poucos conhecem.

         O artigo abaixo não segue a visão romântica e parcial dos livros da Assembléia de Deus, publicados pela CPAD. NÃO É UMA REFLEXÃO SOBRE A HISTÓRIA DA DENOMINAÇÃO, mas sobre algumas coisas que poucos membros da AD conhecem.
         Um amigo de seminário monografou em 2008 sobre o desconhecimento denominacional dentro das Assembléias de Deus. Porque será que não há incentivo por parte da liderança da AD para que seus membros conheçam sua história? Porque será que as poucas faculdades que ainda carregam o rótulo da AD são particulares? Porque será que o primeiro seminário da denominação que trás o nome de IBAD (instituto Bíblico das Assembléias de Deus) é uma entidade particular que nunca recebeu recurso da denominação para sua manutenção?
         Pra você que deseja conhecer um pouco mais a história da AD, segue uma lista dos principais livros:
·        As Assembléias de Deus – origem, implantação e militância. Gedeon Freire Alencar. Arte editorial
·        História das Assembléias de Deus – Emílio Conde. CPAD, 1960
·        História das Assembléias de Deus- Abraão de Almeida. CPAD 1982

         Vamos direto ao ponto. A Assembléia de Deus começou dissidente, surgiu dizimando uma igreja batista. Apesar de missionários, os pioneiros da AD começaram fazendo proselitismo religioso. Os 18 cristãos que deram inicio da AD foram excluídos da Igreja Batista por subversão. O motivo da exclusão foi à ênfase na contemporaneidade dos dons espirituais, sobretudo o de línguas estranhas. Os fins justificam os meios?
                  Bom seria se todos os membros da AD conhecessem sua história. Assim não teríamos tantos cristãos sectários, que confundem a denominação com o reino de Deus, que acham que a AD é a mais antiga e a melhor expressão do evangelho no país.           Por isso antes de você bater no peito e dizer “Eu sou Assembleiano” diga “Eu sou de Jesus”. A assembléia é apenas uma, dentre tantas outras. Não é a melhor, nem a pior, é apenas mais uma.
         [1]Não tenho dúvidas de que os missionários pioneiros da AD desejaram fundar igrejas batistas no Brasil. Com certeza a exclusão da Igreja batista não estava em seus planos. Mesmo depois de fundarem a AD Gunnar Vingren retornou 03 vezes a Estocolmo na Suécia. O desejo de Gunnar era manter a Assembléia de Deus [2]ligada à Igreja Batista Sueca, sua igreja de origem e que praticamente o sustentava no Brasil. Se Gunnar tivesse vivido mais (faleceu 22 anos depois da fundação da AD), as Assembléias de Deus seriam igrejas congregacionais, autônomas e independentes, o modelo batista de gestão eclesiástica. É bem verdade que Daniel Berg viveu até 1963, mas não tinha “tato” para liderança, nunca assumiu a liderança de nenhuma igreja no país, era um missionário, que vivia pelas ruas entregando folhetos. Os rumos da AD seriam outros se Gunnar Vingre tivesse ficado na liderança da AD por mais tempo.
         Esse modelo episcopal, o poder centralizado no líder e igrejas dependentes, uma espécie de rede de igrejas interligadas financeira e administrativamente acaba gerando pastores corruptos. Em muitas igrejas do país o critério para se mudar de campo é quase sempre a renda da Igreja. Os sociólogos da religião, dizem que nunca houve na história da AD uma divisão por questões teológicas, apenas por questões de poder. Uma igreja autônoma, independente e local inibe as disputas de poder no meio eclesiástico.
         Hoje os membros da AD lamentam os novos ministérios, convenções e igrejas independentes da CGADB, eles dizem que essas divisões estão fragmentando a maior igreja evangélica do país. Eu já vejo por outro lado. As divisões na AD são movidas apenas por poder, isto quer dizer que as igrejas que se desligam da CGADB não deixam de ser Assembléia de Deus, se desligam apenas da convenção, quase que exclusivamente por uma questão de administração, poder e controle. Não se espante com o que vou dizer, mas eu ficaria feliz se houvessem mais divisões “administrativas” dentro da AD, quanto mais às igrejas se tornam independentes, mais elas se tornam difíceis de controlar e administrar como se fossem empresas da fé. [3]Meu ideal utópico em relação a essa igreja centenária era de que as igrejas mantivessem apenas uma relação fraterna, doutrinal e espiritual. A vontade dos seus legítimos fundadores, mas sei que isto não é possível.
         No ano em que a AD celebra cem anos de existência, é fundamental que seus membros conheçam sua história e re-pensem o jeito assembleiano de ser.

@2011 Nilton Saves
        
        


[1]  Eles eram da Igreja Batista em Estocolmo Suécia, uma igreja batista pentecostalizada, e quando vão aos EUA, freqüentam também uma Igreja batista. Gunnar Vingre até pastoreou a primeira Igreja Batista em Chicago.
[2]  Uma ligação fraterna e espiritual, não uma ligação administrativa e /ou financeira.  
[3] Leia meu artigo, não é possível mudar o sistema de uma denominação

terça-feira, 24 de maio de 2011

RE-PENSANDO A IGREJA


Segue a baixo alguns insights sobre a Igreja. Re-pensar a Igreja é o que tenho feito nos últimos anos. De cada dez livros que leio nove são sobre a igreja. Até meu livro que está sendo partejado intitula-se confissões de um dependente de Igreja. Acredito na Igreja, apesar da igreja.  Não sou um desigrejado, ou um adepto do movimento dos sem –igreja, contudo acredito que Deus tem filhos que a igreja não tem.  Em face desse desencanto acelerado com a igreja institucional, urge mantermos nosso compromisso inegociável com a comunidade fundada por Jesus.          Ainda é possível ser igreja e viver como igreja sem deixar a igreja “Institucional”. Por isso minha ardorosa tarefa de repensá-la, re-significá-la num contexto cada vez mais descrente com o movimento de Jesus encaixotado pela instituição.  
         Todos os insights abordados nestes artigos são paliativos do que está no meu livro. Espero que você leia, entenda, assimile, critique e acima de tudo, ao final, não desista da igreja.

Re-significando nosso conceito de Igreja.
Re-significando nosso conceito de Culto
Re-significando nosso conceito de Contribuição
Re-significando nosso conceito de Trabalho
Re-significando nosso conceito de Mundo
Re-significando nosso conceito de Evangelização
        


Re-significando nosso conceito de Igreja

A igreja de Jesus e sua essência.
         A Igreja é a comunidade dos discípulos de Jesus em ação no mundo. [1]”É Cristo existindo em comunidade”. Quanto mais informal, mais a igreja se aproxima de sua identidade comunitária.

A igreja de Jesus e sua liderança
         Na igreja de Jesus os pastores são mentores espirituais, não mediadores do relacionamento da comunidade com Deus.  Na Igreja de Jesus existe o ministério dos pastores da Igreja e a função pastoral da Igreja. Na Igreja de Jesus o ministério é exercido mediante vocação e serviço, não mediante posição, hierarquia, título ou ordenação.  Na igreja de Cristo cada cristão é um ministro, e não apenas aqueles que foram ordenados por uma convenção.

A igreja de Jesus e sua missão
            Não podemos separar a missão da Igreja da missão de Cristo, na verdade Cristo está em missão no mundo através da Igreja. Deus enviou Jesus ao mundo (Jo. 3.16) e Jesus enviou sua igreja ao mundo (Jo. 17.18). Assim a missão da Igreja é dar continuidade ao ministério terreno de Jesus, ela é a extensão do ministério de Jesus. Como Corpo de Cristo ela representa Cristo no mundo através do que é, faz e diz.  A missão da Igreja, portanto, é fazer discípulos de Jesus e não apenas convertidos ao cristianismo.
A igreja de Jesus e sua organização
         A igreja de Jesus é um organismo vivo, orgânico, dinâmico e ativo. Templos, estruturas e programas, são necessários, mas prescindíveis na vida da Igreja. Uma igreja que prioriza estruturas, orçamentos, programas e construções em detrimento de pessoas, não compreendeu ainda a essência de sua missão. A Igreja de Jesus se organiza a partir de valores, princípios, idéias, missão e engajamento comunitário, e não necessariamente a partir do templo, domingo, culto, clero.



[1] Dietrich Bonhoeffer